quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Ensaios de alta sensibilidade para troponina cardíaca

Ensaios de alta sensibilidade para troponina cardíaca

Testes de troponina cardíaca de alta sensibilidade permitem o reconhecimento de necrose do miocárdio em estadios muito precoces, podendo detectar estas alterações do cardiomiócito mais cedo do que as técnicas clássicas de doseamento de troponina cardíaca.
Outra vantagem dos métodos de alta sensibilidade é a capacidade de exclusão de enfarte agudo do miocárdio em presença de valores de concentrações séricas de troponina inferiores ao limite de detecção e particularmente quando em conjunto com critérios clínicos.

Há controvérsia nos Estados Unidos sobre o motivo porque na Europa se considera o percentil 99 como sendo uma concentração de 11 ng/l para mulheres e 15 ng/l para os homens ( valor para a população geral, homens e mulheres, de 15 ng/l ) e nos USA são apenas admitidas concentrações de 14 ng/l nas mulheres, 22 ng/l nos homens com um valor para a população global de 19 ng/l. De referir a importância dos cut-off específicos para cada sexo.
O valor mínimo do cut-off assumido na Europa, apesar de haver estudos que admitem valores de concentração sérica de troponina T cardíaca de 3-5 ng/l, é o de 6 ng/l. Este valor ainda não é aceite nos Estados Unidos.
De salientar que os dados europeus parecem ser de superior qualidade comparativamente com os americanos dada a população europeia doente testada ser muito mais heterogénea do que a americana.

Importante ter em atenção que o cut-off para homens é substancialmente diferente do das mulheres, sendo o das mulheres mais baixo do que o dos homens.


Curioso que a FDA não autoriza a terminologia “ alta sensibilidade “ dado esta designação ser um termo analítico e assim não ser apropriado para a nomenclatura dum produto.

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Cefaleias e estados de carência de vitamina D

Cefaleias e estados de carência de vitamina D

Cada vez se vem tornando mais evidente a relação existente entre estados de carência de vitamina D ( hipovitaminose D, insuficiência de vitamina D e deficiência em vitamina D ) e cefaleias, verificando-se quase uma frequência dupla de cefaleias em doentes com carência de vitamina D comparativamente com indivíduos com níveis normais de 25-OH-vitamina D. De referir também, e em abono da teoria de ligação entre carência de vitamina D e cefaleias, que cefaleias crónicas se verificam mais fora dos meses de Verão.

Verificou-se que é mais frequente o aparecimento de cefaleias em pessoas que permanecem mais tempo no interior das habitações do que naquelas que saem mais frequentemente e assim são expostas aos UVB de modo mais acentuado. Este ponto, no entanto, não é tão relevante em todas as regiões do globo, sendo muito pouco significativo em países mais setentrionais como a Finlândia. Os estudos não são conclusivos sobre a relação de baixos níveis de vitamina D e cefaleias nas mulheres.

Há que ter em conta que a identificação da relação entre baixa dos níveis de vitamina D e cefaleias não é o mesmo que aqueles baixos níveis séricos serem a causa das cefaleias e esta relação causal não está ainda estabelecida.

Desta forma, não é ainda correcto, na base dos conhecimentos actuais, dizer que se deve dosear a vitamina D nas situações de migraine nem que a administração de vitamina D faça parte do tratamento das cefaleias.